Você já teve um daqueles dias, que dá vontade de largar tudo e sumir? Às vezes a vida está meio assim (coisada), nada sai como você espera ou precisa, algumas situações incomodam na família, no trabalho, em casa; a rotina chega a te sufocar...
Maribeth fez aquilo que muitos de nós ja teve vontade de fazer, pelo menos uma vez na vida... Foi embora!
Como assim? Pois foi exatamente assim...
Veja também: Para depois que eu partir
FICHA TÉCNICA
QUANDO EU PARTI
Autora: Gayle Forman
Editora: Galera Record
Páginas: 308
Ano de publicação: 2016
Nota no Skoob: 3,8
CONTEXTO
Maribeth tem sua pesada cota de problemas: redatora de uma revista, esposa, mãe de gêmeos superativos, mulher super organizada, planejadora e muito (muito) atarefada. Ela está sempre tão ocupada que não teve tempo de perceber um ataque cardíaco.
Após passar mal e descobrir que, na verdade, sofreu um infarto ela começa a questionar os rumos que sua vida tomou e faz o impensável: vai embora de casa.
Longe de tudo ela precisa se redesecobrir, entender seu lugar no mundo, sua história, suas vontades. Ela conhece novas pessoas, lugares e finalmente decide enfrentar o passado, os segredos que guarda e se apropriar de sua história.
Quando um coração falha, não é apenas o corpo que trai. Mas sonhos desfeitos, amores não vividos, destinos cruzados.
MINHAS IMPRESSÕES
Nossa vida pode ser vista como um castelo de cartas. Cada pessoa tem seu próprio castelo e, a depender de onde e como ele foi construído, ele pode estar mais suscetível a interferências externas. Seu castelo pode estar bem estruturado ou desmoronar sobre a brisa mais leve que soprar contra ele...
Maribeth vive uma vida extremamente atribulada, corrida e desenfreada. Foi preciso um evento de grande impacto para ela perceber que precisa rever muitos aspectos da sua vida.
Ao longo da leitura, vendo as situações vividas por Maribeth, sendo empurrada pelos acontecimentos do cotidiano, sem tempo para planejar, respirar ou decidir como agir; me peguei lembrando de diversas vezes que vivi situações semelhantes.
E como é comum entrar nesse turbilhão: nos entregar aos outros, negligenciar a nós mesmos, esquecer da própria essência, das vontades do coração, perder o controle da própria vida e seguir a correnteza que nos arrasta sem nenhum intervalo para chegar à margem e respirar um pouco, antes de se lançar novamente na correnteza.
E como é triste quando as pessoas precisam chegar ao próprio limite para acordar dessa loucura e perceber que a vida não precisa (e não deve) ser assim.
A leitura é leve e fluida, sem grandes eventos impactantes mas ao mesmo tempo carregada de interpretação sobre auto conhecimento e controle da própria vida. Espero que ela desperte em você a mesma reflexão que trouxe para mim e que não seja necessário um colapso do corpo para que você pare e pense: Ei, tem algo errado aqui e preciso rever minha vida em todos os aspectos!
Às vezes, é preciso se perder para se achar!
Veja também: Jardim de inverno
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